Brasil Império - Segundo Reinado (1840 - 1889)

 

Segundo Reinado 
    O Segundo Reinado foi o período do Brasil Império de 1840 à 1889.

    Golpe da Maioridade: Foi a ação dos liberais opositores do governo de Araújo Lima de antecipar a maioridade legal, para que Pedro II pudesse assumir o trono do Brasil. A maioridade legal antes era de 18 anos completos, conforme a constituição Imperial de 1824. Eles presumiam que a forma mais lógica de preservar a unidade territorial do Brasil e de por fim à falta de autoridade seria elevando o sucessor ao trono. Em 1840, a Assembleia Nacional aprovou a tese da maioridade, aclamando Pedro com o título de Dom Pedro II. 

    Situação Política do Império: O jovem Dom Pedro II escolheu para o seu primeiro ministério integrantes do Partido Liberal após assumir o poder. Em 1847, o cargo de Presidente do Conselho de Ministros foi criado, encarregado de organizar o Gabinete do Governo. Desta forma, o Presidente do Conselho de Ministros poderia nomear membros para o corpo ministerial. A função assinala a introdução parlamentarista no Brasil. Porém, esse parlamentarismo não deu muito certo, e foi preciso reelaborar seu funcionamento pelo governo imperial. 
    O Parlamentarismo estava às avessas na escolha para o Primeiro Ministro, aqui havia um parlamentarismo tupiniquim, autoritário e centralista, pois o imperador tinha a função de indicar o Primeiro Ministro, sem a aprovação do Parlamento. 



    Revolução Praieira (Pernambuco) 1848: Pernambuco tinha como sua base econômica o açúcar e quase todos os engenhos da região pertenciam a poucas famílias, das quais destacam-se os Cavalcanti. Além de dominar um terço dos engenhos, os Cavalcanti dominavam também a política pernambucana, fazendo dela um instrumento de seus interesses. 
    As classes desprezadas pela oligarquia dos Cavalcanti estavam tomando consciência de sua situação miserável, além do fato do comércio local ser dominado pelos antigos comerciantes portugueses. Sendo assim, o poder econômico estava nas mãos da aristocracia rural ou do comercio português. 
    O Partido da Praia se indispôs após perceber que a população vivia em estado permanente de dificuldades financeiras. Constituído por liberais exaltados de Pernambuco, propagavam suas ideias no jornal local, intitulado "Diário Novo", com sua sede na rua da Praia, sendo daí o nome "praieiros". 
    No ano de 1848, Herculano Ferreira Pena assume a presidência da província, e essa questão não agradou os praieiros, que passaram a se organizar para lutar contra o governo. Em 7 de novembro de 1848, iniciava a Revolução Praieira, liderada por um comandante militar, Pedro Ivo, e pelo jornalista Borges da Fonseca. 
    A Revolução tinha cunho liberal, e expunha em seu "Manifesto" as seguintes propostas: voto livre para todos os brasileiros; garantia dos direitos individuais; liberdade administrativa para todas as províncias; garantia de trabalho para todos; liberdade de imprensa. Embora fossem liberais exaltados, algumas questões ficaram de fora do seu programa: a questão do combate aos latifúndios e a escravidão, por exemplo. 
    Os praieiros, apoiados pela população urbana pobre, resistiram por vários meses, mas em maio de 1850, as forças do império dominaram os manifestantes, pois os praieiros não possuíam muitos recursos militares, não sendo suficientes para combater as tropas oficiais do império. 

    Questão Christie: Entre 1861 e 1862 ocorreram pequenos incidentes como o afundamento do navio inglês Príncipe de Gales, a prisão de alguns marinheiros britânicos bêbados e as atitudes arrogantes de William Christie, embaixador inglês, levaram o Brasil a romper as relações diplomáticas com a Inglaterra. 
    O embaixador exigia que o Brasil pagasse pelo saque da carga do navio naufragado e exigia também punições aos militares que prenderam os marinheiros. O Brasil pagou a indenização pela carga, porém negou-se a pedir desculpas pelas prisões. 
    Christie então ordenou que a esquadra britânica aprisionasse navios brasileiros e em 1863, o Brasil rompe as relações com a Inglaterra, mas mantém os contatos econômicos. Em 1865, o rei belga Leopoldo I, julgando o caso, deu razão para o Brasil, e as relações diplomáticas foram reatadas. 

    Guerra do Paraguai: No século XIX, o Paraguai era um país diferenciado da realidade latino-americana. Havia industrias, ferrovias, um eficiente sistema telegráfico e o analfabetismo havia sido erradicado. As estâncias da pátria garantiam o abastecimento agrícola interno e houve um aumento na estrutura militar do país, principalmente após Solano Lopes tornar-se presidente. Esse crescimento militar não foi bem visto pelos países vizinhos e pela Inglaterra, na qual tinha muitos interesses ligados a Bacia do Prata. A economia paraguaia poderia servir de exemplo para os demais países do continente, na qual se submetiam à Inglaterra com objetivos expansionistas. Entretanto, o Paraguai representava uma ameaça. 
    A Inglaterra incentivou financeiramente o Brasil, a Argentina e o Uruguai, para organizarem seu aparato militar e enfrentar o Paraguai. Em 1864, o Brasil depõe Aguirre, que era apoiado pelo presidente Solano Lopes do Paraguai, e diante desta atitude, o governo paraguaio aprisiona o navio brasileiro Marquês de Olinda, fato que levou o Brasil a declarar guerra ao Paraguai. As tropas paraguaias invadem o Mato Grosso e algumas áreas da Argentina, e para enfrentar esse avanço paraguaio, foi criada a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. 
    O Brasil, que não possuía força militar, prometeu a alforria para aqueles escravos que se alistassem para a guerra, chamando-os "voluntários da pátria". A guerra estendeu-se de 1865 à 1870, período no qual o Paraguai foi arrasado, mesmo possuindo o melhor exército da América Latina na época. Para o Paraguai as consequências foram terríveis. De um país exemplo, transformou-se numa das regiões mais pobres do continente, sua população foi reduzida em 77% e restaram apenas 12 mil homens com mais de 12 anos, suas plantações foram devastadas, suas indústrias destruídas e as ferrovias inutilizadas. O Brasil e a Argentina tomaram 40% de seu território, e a enorme dívida contraída pelo Paraguai com o Brasil só foi perdoada por Getúlio Vargas em 1942. As condições difíceis enfrentadas pelo Paraguai atualmente tem suas raízes pelo genocídio da Tríplice Aliança, patrocinada pela Inglaterra. 
     Para o Brasil, as consequências foram o aumento da dívida com a Inglaterra; profissionalização do exército; libertação dos "voluntários da pátria"; domínio sobre a Bacia do Prata; respeito para com os militares, que passam a analisar a Monarquia e vislumbrar a República como forma de governo para o Brasil. 

Professora Laila.

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