Crise de 1929 - No Brasil e no Mundo

 

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GRANDE DEPRESSÃO

 A Crise de 1929 e seus Reflexos no Brasil

Capítulo 1: O que foi a Crise

Introdução

Desde o desenvolvimento do comércio na Baixa Idade Média, as bolsas de valores ganham forças através das negociações de mercadorias e capitais. Nelas, seus investidores buscam por lucros através da compra e venda de ações que representam frações do capital de empresas. A aplicação de capitais nas bolsas e a especulação (compra e venda rápida com objetivos de lucrar nas oscilações de preços) firmam vínculos profundos com o crescimento econômico e crises por todo mundo. O capitalismo convive com crises econômicas desde o século XIX, e em 2007-08 o mundo assistiu mais uma crise financeira com consequências globais, a pior desde a Grande Depressão em 1929.

Antecedentes

Os Estados Unidos possuíam a maior economia do mundo antes da Grande Depressão e até mesmo antes da Primeira Guerra Mundial, que somente acentuou essa supremacia em relação aos outros países. O domínio americano na economia aumentou profundamente depois que a Primeira Guerra acabou, os anos 1920 foram marcados por uma grande euforia. Os índices evidenciaram o Boom (expansão rápida da atividade econômica) da economia do país. Sendo assim, os Estados Unidos eram responsáveis por grande parte de toda produção de mercadorias e exportação pelo mundo.

Além disso, os Estados Unidos haviam se tornado o maior credor do mundo, emprestando dinheiro, principalmente, para os países da Europa mais afetados pelo conflito mundial. Esses países estavam em processo de reconstrução e por isso eram responsáveis por consumir grande parte de todas as matérias primas revendidas pela grande nação estadunidense.

Todo esse crescimento da nação norte americana economicamente refletiu no sentimentalismo da população, e obteve a mais rápida prosperidade econômica que se estruturou no país. Neste período de pura euforia, foi consolidado o American Way of Life (termo utilizado para definir o estilo de vida americano) que foram baseados na aquisição de bens como carros e eletrodomésticos, itens duráveis em geral.

Durante a década de 1920, o índice de desemprego esteve muito baixo e o número de industrias estava crescendo notavelmente e consequentemente o lucro dos comércios aumentou. Toda essa expansão foi resultado da facilidade de conseguir empréstimos para financiar as atividades econômicas. Por fim, a especulação monetária foi um aspecto marcante para esse crescimento, ou seja, a prosperidade era tamanha que os investimentos da Bolsa de Valores de Nova York contaram com amplos saltos ao longo da década de 1920.

 

Economia e Política

Ao término da Primeira Guerra Mundial (1918), os Estados Unidos se destacaram no capitalismo mundial tornando-se o maior credor mundial. Mais de um terço da produção mundial estava no país de 1918 a 1929. Os sucessores do presidente estadunidense Woodrow Wilson (1913-1921) eram do Partido Republicano, nas quais era fieis defensores do liberalismo econômico. Eles se recusavam a intervir em assuntos internacionais que não diziam respeito ao continente americano, deixando aos europeus a tarefa de resolver os conflitos ocorridos na Europa.

Os líderes estadunidenses argumentavam que as dificuldades que surgiam na economia do país seriam resolvidas pelo próprio mercado, que possuiria uma tendência a racionalidade e a superação dos problemas econômicos. Desta forma, não caberia ao Estado intervir nas questões econômicas.

Esse desenvolvimento econômico não foi acompanhado pelo aumento de salário dos trabalhadores. Dessa forma, a produtividade aumentou significativamente, acentuando a desigualdade na distribuição de renda, impossibilitando o aumento no consumo para a maioria dos estadunidenses. A dificuldade para expandir o consumo interno com uma produção acelerada, resultou na grande estocagem de mercadorias.


As razões da Grande Depressão

 A Crise de 1929 foi provocada por inúmeras razões, dentre elas:

- A concentração de bens: Enquanto uma pequena parte da população acumulava lucros, sua grande maioria operária recebia uma quantia bem abaixo do considerado justo para levar uma vida digna. Na década de 1920, os salários dos trabalhadores das industrias e do comercio se mantiveram, restringindo o consumo das mercadorias resultando no acúmulo de produção.

- A Crise Agrícola: Com a modernização ocorrida no trabalho rural e a oferta de produtos que facilitavam o mesmo, os preços se mantiveram baixos durante a década de 1920, praticamente obrigando aos agricultores a pedirem empréstimos aos bancos. Com o Crash (quebra) na bolsa de valores de 1929, muitos destes agricultores que pegaram empréstimos não puderam pagar suas dívidas, resultando na perda de suas terras.

- A Concorrência com a Europa no mercado internacional: O mercado externo para os produtos estadunidenses diminuiu significativamente após a Crise, pois os países europeus estavam se recuperando e voltando a produzir o que antes estavam comprando dos Estados Unidos. Logo, voltaram a concorrer com o país no mercado internacional.

Portanto, essa concentração de riquezas nas mãos de poucos, baixos salários e o aumento constante da produção industrial e agrícola fizeram com que houvessem uma grande quantidade de mercadorias à venda do que pessoas consumidoras. Dessa forma, houve a crise por causa de uma superprodução.


Curiosidade:

Em 1919 foi aprovado a Lei Seca nos Estados Unidos, na qual proibia a compra e venda de bebidas alcoólicas no país. Neste período de crescimento econômico, gangsters iniciaram seus negócios ilegalmente de vendas de bebidas alcoólicas. Dentre eles, destacou-se Al Capone, que foi líder da maior organização criminosa de Chicago e um dos grandes responsável pela venda clandestina de bebidas alcoólicas. A Lei foi desmoralizada após ter sido encontrada uma destilaria de uísque na fazenda do então senador Morris Sheppard, o autor da Lei. Em 1933 a lei foi revogada pelo então presidente Franklin Roosevelt.


Política Isolacionista:

Os sucessores de Woodrow Wilson foram republicanos. Esses republicanos eram fieis defensores do isolacionismo, ou seja, eram restritivos à migração. Coerentes com essa política, os governos republicanos aprovaram diversas leis que proibia a entrada de estrangeiros no país. Esses líderes argumentavam que as dificuldades que surgiam na economia do país seriam resolvidas pelo próprio mercado, na qual teria uma tendência à racionalidade e a superação dos problemas econômicos.

Para refletir: 

Os anos 1920 nos Estados Unidos foram marcados por diversas questões, sendo uma delas a xenofobia (aversão à estrangeiros). Um dos casos que repercutiu na década, vitimizou Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti, ambos anarquistas e italianos. Eles foram acusados de terem assaltado uma fábrica e ter matado duas pessoas. Mesmo com um criminoso tendo confessado o crime atribuído aos dois italianos, Sacco e Vanzetti, ambos foram condenados à morte. Anos depois, a justiça norte-americana reconheceu a inocência de Sacco e Vanzetti.

 

Capítulo 2: Efeitos da Crise no Mundo

Introdução:

O fato do centro da economia mundial estar localizado nos Estados Unidos fez com a quebra da bolsa de Nova Iorque afetasse a economia mundial, com exceção da economia da URSS, pois a União Soviética estava em uma revolução no país, a Revolução Russa, e por isso ela não foi afetada devido ao país estar fechado. Acontecia a depressão mundial, que fez com que a economia da década de 30 do século passado vivesse uma crise sem precedentes. 

O nível de inflação, de redução das importações e de desemprego impactaram profundamente o capitalismo. Na busca por reduzir este impacto de crise financeira, o então presidente Franklin Roosevelt em 1933 propôs o New Deal (Novo Plano), adotando as orientações do inglês economista John Maynard Keynes, na qual defendia a intervenção estatal na economia, cabendo ao Estado restringir a atuação da iniciativa privada. 


New Deal:

O New Deal (Novo Plano) foi uma medida tomada pelo então Presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt para tentar reverter a Crise Econômica causada pela queda da Bolsa de Valores em New York em 1929. No trecho a seguir um pouco mais sobre o New Deal:

"as diretrizes do New Deal levaram o governo federal a intervir nos setores econômico e financeiro; a intensificar a vigilância sobre as atividades bancárias e as operações da Bolsa; a regulamentar a atuação das associações operárias e dos sindicatos; a modificar o curso da economia através da distribuição de enormes encomendas oficiais às empresas. Além disso, foram criadas frentes de trabalho para a realização de obras públicas, como novas auto-estradas, barragens e trabalhos de instalação de saneamento urbano, a partir do recrutamento de milhares de desempregados nas grandes cidades. Para reduzir a superprodução agrícola, o governo subsidiou os fazendeiros que deixassem suas terras em pousio. Também decretou a semana legal de quarenta horas e o pagamento de salários mínimos, com o objetivo de impor à indústria a admissão de um maior número de trabalhadores. Em complemento à política econômica interna, o governo Roosevelt alterou a orientação da política externa dos Estados Unidos, mediante a supressão de algumas taxas alfandegárias e o estabelecimento de relações cordiais com os países da Europa e da Ásia. A proposta era que o país adotasse uma política de abertura, entendimento e colaboração internacional mais de acordo com a realidade dos novos tempos. (MOTA & BRAICK 1997, p. 479-80) "

Mais tarde, esse pensamento seria conhecido como Keynesianismo, e assim o presidente americano cria dezenas de agências governamentais para organizarem programas de combate a pobreza no país para melhorar a economia.

Algumas medidas do New Deal:

Enormes investimentos em obras públicas de infraestrutura, especialmente na edificação de estradas, ferrovias, usinas hidrelétricas, pontes, hospitais, escolas, aeroportos e casas populares;

* Concessão de subsídios e empréstimos aos pequenos produtores;

* Controle da emissão de moedas, paralelamente à desvalorização do dólar;

* Fiscalização e controle das atividades de bancos e outras instituições financeiras e econômicas, de modo a dificultar as fraudes e especulações;

* Controle da produção e dos preços agrícolas e industriais;

* Legalização dos sindicatos;

* Redução da jornada de trabalho para oito horas diárias;

* Criação de Previdência Social e do salário mínimo.

 

Os efeitos da Grande Depressão nos demais países:

Os efeitos da Crise de 1929 nos diversos países do mundo foram sentidos de formas variadas. Os países industrializados foram os que sentiram com mais intensidade os efeitos da Crise, onde a redução da produtividade e os números de desemprego foram significativamente alarmantes. Alguns destes países utilizaram a industria bélica em uma tentativa de reverter estes números. 

Outa consequência causada devido a crise, foi o aumento do sentimento nacionalista, criando um cenário apropriado para que nos países de democracia mais enfraquecida surgisse os movimentos nacionalistas radicais da extrema direita. 

Em meio a Grande Depressão, o único país não afetado por essa desestabilização mundial foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS, hoje atual Rússia), pois devido a Revolução ocorrida no país, ele encontrava se fechado para importações. Enquanto os países com uma economia liberal sentiam os impactos da crise, a URSS iniciava uma fase de industrialização bastante rápida e intensa, pautada pelos famosos Planos Quinquenais que determinavam o que produzir, como produzir e quanto produzir. Dessa forma, o regime socialista implementado na URSS, frente à crise econômica, fazia com que a esquerda europeia identificasse no socialismo uma importante referência. 

Essa crise econômica atingiu todas as economias ocidentais, e diante desse contexto, o mundo foi surpreendido com a crise do liberalismo econômico, e a principal economia do mundo, a norte americana, que manteve o mesmo ritmo de produção anterior à Guerra, sem perceber que ao fim da Primeira Guerra Mundial a Europa reduziria seus importações. Em virtude desse otimismo equivocado, instalou-se a crise. A marcante euforia que se seguiu durante e pós à Primeira Guerra, assim como a avaliação inadequada da capacidade de demanda do mercado mundial, resultou na grande depressão, na qual, sua origem pode ser considerada como uma crise local da economia estadunidense, mas em virtude do contexto do pós-guerra, pela estreita interdependência das economias ocidentais, rapidamente atingiu proporções mundiais. 

Os impactos da crise se estenderam até o inicio de 1933, quando ocorreu a diminuição da produção e consequentemente o alto índice de desemprego, além do fechamento de diversas empresas. Considerando esse cenário de crise, os questionamentos sobre os poderes do governo tornaram-se constantes, o que resultou mudanças nos planos políticos e um direcionamento a governos mais autoritários.


Capítulo 3: Efeitos da Crise no Brasil

Introdução:

Sabemos que a Crise de 1929 repercutiu o mundo inteiro. Como um dos resultados, o governo dos Estados Unidos cortaram investimentos externos, assim, reduzindo drasticamente suas importações como também os empréstimos para outros países. Com a diminuição da importação dos Estados Unidos, o Brasil saiu afetado com a exportação do café, pois o maior comprador do Brasil praticamente paralisaram suas importações deste e outros produtos. Dessa forma, o estoque do café aumentou e o preço caiu de uma forma drástica, arruinando muitos cafeicultores e deixando milhares de brasileiros desempregados. 

Para que não houvesse uma desvalorização excessiva do café, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Assim, minimizou a oferta, conseguindo manter o preço do principal do maior produto brasileiro da época. Este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira, pois com a crise do café, muitos cafeicultores investiram no setor industrial, alavancando a indústria brasileira. 


Reflexos da Crise de 1929 no Brasil

Quando a Crise estourou, em 1929, o partido PD reivindicou para si o mérito de ter previso a grande depressão. Porém, apesar de algumas diferenças, o partido não possuía um programa coerente de oposição a política cafeeira e a sua discordância era claramente política. A situação da crise tornou-se muito grave após o estouro da crise, e os preços do café caíram significativamente. Neste cenário, surgiu um desentendimento do setor cafeeiro e o governo federal. O então presidente da república Washington Luís recusou ao setor cafeeiro a concessão de novos financiamentos, que seriam feitos pelo Banco do Brasil, tendo em vista as dificuldades que o banco do Estado de São Paulo passava. 

O presidente Washington Luís mediu mal a proporção da Crise. Seu plano de ampliar a receita de divisas através da baixa de preços não foi viável, pois se baseava na possibilidade de vender para importadores. Com a Crise, o esquema fracassou, e o problema do abandono do mercado pelo Governo Federal agravou ainda mais a situação, o plano de estabilizar caía por terra. Dessa forma, quando Washington Luís recusou os pedidos do setor cafeeiro, gerou uma grande onda de descontentamento. A medida de a crise se intensificava, ficava mais claro para a oposição que o setor cafeeiro ficaria profundamente prejudicado. 

 

A Política do Café 

Após a Crise de 1929, quando o maior comprador do café brasileiro cessou as compras da mercadoria, o governo de Getúlio Vargas não abandonou o setor cafeeiro, como também, centralizou a política do café em suas mãos. Em 1931, o controle da política do café passou do Instituto do Café de São Paulo para um órgão federal o Conselho Nacional do Café, criado em maio de 1931. Esse órgão ficava diretamente sob a influência do setor cafeeiro e em 1933 o órgão foi substituído pelo Departamento Nacional do Café, que dessa forma, efetivou a política cafeeira. Muitas das medidas impostas por Vargas eram sobre as circunstancias da crise mundial. 

O que dizia respeito aos negócios cafeeiros , um decreto estabeleceu que o governo federal compraria todos os estoques existentes no país em junho de 1931 , com exceção dos estoques adquiridos por São Paulo, devido a um empréstimo obtido em 1930. Mas uma questão ainda era relevante: o que fazer com os estoques atuais e futuros que não se encontravam na colocação do mercado internacional. A resposta para essa questão chegou em julho de 1931, na qual o governo compraria o café com o imposto direcionado as taxas de exportação, e uma parcela da mercadoria, eles destruiriam, dessa forma minimizariam a oferta e sustentavam os preços. 

A situação financeira do país estava ligada a situação do café, na qual tornou-se insustentável em meados de 1931. Em setembro daquele ano, os pagamentos das dividas públicas foram revogadas e se introduziu um monopólio cambial do Banco do Brasil. As últimas medidas haviam sido tomadas nos últimos meses de presidência do Washington Luís e anuladas pelo governo revolucionário. Esse monopólio significa que os exportadores deveriam trocar a receita em moeda estrangeira no Banco do Brasil, que por sua vez, o banco ofereceria a moeda para pagar as importações, estabelecendo um critério de prioridade.

A maior parte dos empresários brasileiros (fazendeiros, comerciantes, banqueiros e trabalhadores rurais) foram atingidos pela crise. O desemprego se multiplicou, impulsionando o movimento migratório da parte rural para a urbana, em especial para São Paulo. O que acontecia naquele momento era apenas o início de um profundo processo de mudanças que se prolongaria até o fim dos anos 30, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Essas transformações marcaram a economia nacional. Dos escombros da economia do café, surgiu um novo modelo econômico no Brasil, o setor industrial, fato que alavancou a indústria brasileira.

 Efeitos da Crise no Brasil

"Em junho de 1931, uma nuvem de fumaça gigantesca, que vinha de uma enorme fogueira, pairava sobre a cidade de Santos, no Litoral de São Paulo, por onde escoava boa parte das exportações do café brasileiro. (José Fucs, 2008. Revista Época) "

A Crise de 1929, no Brasil, enfraqueceu as oligarquias rurais que dominavam o cenário político e abriu caminho para a chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930. 


Capitulo 4: Fim da Crise


Introdução:

Após o fim da Crise de 1929, muitos países que foram mais severamente atingidos pela grande depressão passaram a fornecer assistência social e econômica aos necessitados. Uma dessas assistências foi o New Deal, que concedia ao governo americano o maior poder para fornecer esta ajuda para estes necessitados.

Essa Grande Depressão causou muitas mudanças na política econômica nos vários países envolvidos. Anteriormente a Crise de 1929, o governo dos Estados Unidos intervinha pouco na economia do país, o que mudou após o New Deal. Pois os executivos e grandes magnatas comerciantes eram vistos como líderes nacionais. Dessa forma, a Grande Depressão originou uma atitude repúdio ao sistema de proteção da indústria do país, e medidas para aprofundar o livre-comércio foram tomadas. 

A Solução para sair da Crise

Após o estouro da Crise da Bolsa de Valores em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o então presidente Franklin Roosevelt precisava achar uma solução para reverter o episódio. Logo, com a ajuda do inglês economista John Maynard Keynes, Roosevelt implantou o New Deal nos Estados Unidos com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte americana. 

Características do New Deal: 

*  incentivo à criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e facilitar a defesa dos novos direitos instituídos;

*  concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares; 

*  criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos; 

*  controle sobre bancos e instituições financeiras e econômicas; 

*  construção de obras de infraestrutura para a geração de empregos e aumento do mercado consumidor. 

O New Deal também pode ser dividido em quatro dimensões, sendo elas:

1) Reformas econômicas e regulação de setores da economia; 

2) Medidas emergenciais; 

3) Transformações culturais; 

4) Nova pactuação política entre o Estado e fatores sociais.

 

Eficácia do Programa:

Nos primeiros momentos, o New Deal implementou reformas setoriais para recuperar a rentabilidade dos investidores. Foram implementadas medidas para sanear o sistema financeiro, para regular a produção agrícola e para evitar a perda da hipoteca das casas próprias. Na indústria, a principal medida foi a redução da jornada de trabalho, pois o fator que causou a crise foi justamente a superprodução. Dessa forma, foram reduzidas para 8 (oito) horas por dia a jornada de trabalho. Um dos fatores que foi visto como primordial para a recuperação da economia foi a aplicação de técnicas fordistas em várias indústrias de bens de consumo, que promoveu uma queda de preços em todo o país.

 

Capítulo 5: Quais as consequências da Crise de 1929 no Brasil

Era Vargas:

A Era Vargas foi um período que teve seu início em 1930 e seu fim em 1945. Nesse período, o poder esteve centralizado em Getúlio Vargas, que assumiu como presidente do Brasil após a Revolução de 1930 que depôs Washington Luís da presidência. O governo de Getúlio Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com as massas, uma das características que se tornou marcante em seu mandato.

 

Consequências no Brasil:

A Grande Depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 foi a mais longa e profunda recessão econômica já vista até hoje. Ela iniciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator marcante foi a crise financeira em 24 de outubro de 1929 (quinta-feira negra), detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque. A repatriação de capitais estadunidenses, associada à redução das importações pelos Estados Unidos, repercutiu fortemente na Europa, gerando uma crise industrial e financeira, e o alto índice do desemprego. A crise também teve severos efeitos na América Latina, cuja economia agroexportadora foi altamente afetada pela retração nos investimentos estrangeiros.

Durante a Primeira República, a economia brasileira estava voltada para atividades agroexportadoras. O café, o açúcar, o cacau, a borracha e o fumo eram os principais geradores de extensões para o Brasil. Vários fatores contribuíram para o desenvolvimento da indústria no Brasil, sendo elas a formação de um capital inicial a partir do comércio exportador e da lavoura cafeeira, a política de valorização do café e um grande acontecimento como a Primeira Guerra Mundial, na qual alterou o quadro das relações econômicas internacionais do Brasil. 

A crise política dos anos 20 foi caracterizada pela rejeição do sistema oligárquico no Brasil. A solução foi o fim da hegemonia da burguesia cafeeira na condução da política e da economia brasileira. Sobretudo, a estreita relação entre indústria e café fez com que tanto os industriais quanto os cafeicultores fossem identificados como beneficiários da política do governo. Ao iniciar a Era Vargas (1930-1945), apesar das dificuldades enfrentadas na política e na economia, a industrialização do país já começava a seguir um caminho sem retorno. 

Por fim, fluxo do comércio internacional do café brasileiro sofreu uma drástica desaceleração desde a Primeira Grande Guerra. Paralelamente, o conflito mundial favoreceu o processo de industrialização do Brasil. Como consequências, se fez necessário controlar as importações e promover a produção nacional de artigos industrializados. Dessa forma, para superar a Grande Depressão, o governo brasileiro, sob o comando do então presidente Getúlio Vargas, idealizou uma política de investimentos no setor industrial e na produção agrícola, sendo esta a base da economia nacional. Getúlio Vargas adotou medidas protecionistas como forma de incentivar a indústria nacional e conduzir a produção agrária aos interesses industriais, com uma política de ocupação do território brasileiro que combinasse colonização e industrialização. 

 

Referências Bibliográficas:

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 VICENTINO, Claudio. Olhares da História, Brasil e do Mundo. Dom Pedro de Alcântara, 2019.

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FAUSTO, Boris. A Crise dos Anos Vinte e s Revolução de 1930.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 


Professora Laila

 

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